A Aldeia da Mata Pequena é um pequeno povoado rural, composto por uma dezena de habitações, situado a escassos 30 minutos da cidade de Lisboa. Tão perto da capital e tão longe do stress e do bulício urbano...

Trata-se de um lugar enquadrado na denominada Zona de Protecção Especial do Penedo do Lexim onde se ergue um vulcão já extinto que acolhe uma importante estação arqueológica. O vôo dominante da águia e o esgueirar furtivo da raposa, contracenam com uma paisagem natural extremamente rica e preservada, convidando ao descanso, ao lazer e ao contacto com a natureza.

A presença humana na Mata Pequena remonta ao periodo da ocupação romana, como atestam os vestígios aí encontrados. Contudo, dos 70 habitantes que viviam na aldeia no século XIX, já só restam uma dezena e meia que teimam em manter vivos os usos e costumes de outrora.

Esquecida no tempo, a Aldeia da Mata Pequena beneficiou do seu isolamento, que evitou intervenções menos "esclarecidas", descaracterizadoras da sua autenticidade. Deste modo, como que despertando de um longo periodo de hibernação, a Mata Pequena afirma-se hoje como um dos raros exemplares da Arquitectura Tradicional da Região Saloia mantendo fortemente vincada a sua identidade original.

O trabalho de recuperação das casas foi exaustivo e gratificante. A conjugação entre o conhecimento técnico e o respeito pelo passado permitiu executar uma intervenção rigorosa e harmoniosa.

Os materiais utilizados são os originais: alvenaria de pedra, argamassas de cal, madeiramentos de choupo, cedro e casquinha, telha de canudo, pavimentos em lajedo de pedra, tijoleira cozida em fornos a lenha, caiação de paredes...

Estas soluções, para além de assegurarem a coerência estética do conjunto, garantem um bom comportamento ao nível das condições de habitabilidade.

Elementos tradicionais tais como capoeiras, poços, currais, cortes de porco, pombais... foram preservados, assim como os fornos, as salgadeiras, os poiais, entre outros.

A Decoração dos interiores segue os mesmos padrões de rigor, conferindo às casas a alma de outros tempos.